Viagem do Leitor – Florianópolis – SC: Trilha para Naufragados

 

Praia dos Naufragados

 

Trilhas no meio do mato, da selva, entre rochas e corredeiras está no DNA do Com Pé na Estrada! Gostamos muito do contato com a natureza e a oportunidade de explorar aquilo que de fato existia antes de nós e que deveria continuar existindo para sempre, que são as belas cachoeiras, as magnificas vegetações, as cores exuberantes de nossas florestas e por ai vai!

 

Como este tipo de aventura está em nosso DNA, resolvemos compartilhar a Viagem de Nossa Leitora Marília B. G. e seu fiel escudeiro!

 

Quem é a nossa leitora:

 

Ela com 68 anos e seu “fiel escudeiro e parceirão” como a mesma coloca no e-mail que nos enviou, com 75 anos, fizeram o trajeto, que normalmente o jovem percorre em 40, 50 minutos, fizeram em uma hora e meia!

 

Nada mal, não é verdade?

 

Vale a pena conferir esta aventura!

Mapa - Trilha para Naufragados (16)

 

 

 

Não era de hoje que ouvia falar nesta trilha e no tempo gasto no percurso, bastante variável por sinal.

“Quarenta minutos” é a média, diziam uns – jovens, evidentemente. Para outros, “cinquenta… mais ou menos uns cinquenta minutos”. Tava subindo a cotação quando batemos o martelo ao ouvirmos que o percurso de 3 km poderia ser coberto em uma hora. Beleza.

Levem sapatos leves! Tênis é o melhor calçado… Não se esqueçam do repelente… Água! Não deixem de levar água… e por aí vai. As recomendações foram muitas, mas de apenas uma nos lembramos ao escalarmos aquela montanha cheia de pedras, de raízes e de umidade: dos benditos tênis.

Havia chovido e boa parte do terreno estava bastante encharcada, o que nos fez escorregar algumas vezes. Com cara, coragem, uma bolsa de praia grande, óculos escuros e sandálias de borracha – mais leve, impossível – lá fomos nós mata a dentro sem o repelente, sem a água e ainda por cima carregando peso na tal bolsa. Levamos 1 hora e 30 minutos no percurso.

Um casal que saiu do estacionamento junto conosco, passou a frente e logo, logo sumiu na trilha. Também, pudera: eram jovens e ainda por cima calçavam tênis –  vantagem nenhuma até aí. Mais um pouquinho prá frente outro casal também passou por nós e fez poeira. E assim, como vez ou outra alguém passava por nós “dôsh” (sotaque manezês do número 2) e sumia, começamos a desconfiar que estávamos demorando muito na caminhada e veio a dúvida: será que um dia chegaremos a Naufragados?

Mas esse ritmo à la Rubinho Barrichelo teve vantagens e explico o porquê: escorreguei em uma descida e prendi o pé embaixo de uma pedra onde deixei baita amostra de meu DNA. Felizmente, outro trilheiro que nos alcançou – um senhor de nome João com quem fizemos amizade a ponto de trocar endereços (isso é que é trilha!) -, ajudou meu fiel escudeiro a içar meus oitenta quilos e me colocar novamente nos trilhos; isto é, na trilha. Escalamos bom pedaço no maior papo. E como não podia ser diferente, a conversa versou sobre autoajuda, doenças, novidades em medicamentos, religião, futebol, carnaval, clima, programa de TV, família… assuntos variados. Logo depois despediu-se de nós em uma bifurcação que leva ao Farol de Naufragados e também sumiu na mata, desejando-nos boa sorte.

Esta foi a vantagem da lentidão: se estivéssemos em ritmo acelerado, não teríamos conhecido pessoa tão agradável, simpática e prestativa. Lembram do içamento? Quem sabe, eu não estaria presa naquela pedra até hoje? O pessoal que passava por nós ia em tamanha velocidade que nem se daria conta de que eu estava com metade do pé embaixo da pedra. – Vai que ela tá fazendo um ritual aqui na mata? Podiam pensar nisso e passarem batidos.

Como a trilha não tem indicação alguma, paramos um senhor que vinha em sentido contrário (foi de uma alegria tamanha encontrar alguém na contramão) e perguntamos se estávamos certos, coisa e tal. Com a firmeza de quem conhece a trilha de cor e salteado, respondeu-nos afirmativamente, orientou-nos rapidamente como fazer quando chegássemos a um lugar assim, assado (o que demorou prá caramba!..), e continuou a descer. Repentinamente, voltou-se para nós e gritou: – Daqui a pouco estou de volta!… Tudo bem.

Aconteceu que não demorou muito, estava ele atrás da gente, e ainda por cima acompanhado de uma senhora que devia beirar seus 60 anos de idade. E gorda. Mais do que eu. Passaram por nós – grande novidade -, e ele ainda gritou lá da frente: – Vocês estão muito devagaaar!, curtindo com a nossa cara. Só podia.

E Naufragados não chegava nunca… Ah! E antes que me esqueça: perguntamos ao tal senhor se ainda faltava muito e ele respondeu que não. Que só falta uma subida, uma descida, uma reta, depois mais uma subida, outra descida, mais uma reta e aí vinha a praia. É rápido. Prá quem, cara pálida?

Ao chegarmos – finalmente! – trêmulos à praia, a recompensa foi a paisagem deslumbrante; e o mar, que normalmente é violento naquele extremo (o nome “Naufragados” faz jus às embarcações que foram a pique nesta região), estava bem tranquilo. Também… alguma coisa boa tinha que acontecer depois de tanto sacrifício, né não?

Almoçamos pastéis de camarão e queijo – deliciosos – e ao entardecer voltamos de barco ao nosso ponto de partida. No barco de quem? Daquele senhor que havíamos encontrado na trilha e que curtiu com nossa cara. Adoramos.

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Quando vimos o início da trilha (foto), pensamos que seria a maior moleza, aí…
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Ainda estava elogiando o asfalto da trilha quando começou a ficar assim.
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Da primeira parada (logo depois ao início) para pegar fôlego, cliquei esta foto.
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Vai acompanhando a situação…
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Por enquanto ainda era possível fazer uns 5 metros em uma tacada só.
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Neste trecho começou o sufoco prá valer e não deu mais prá elogiar.
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Não deu mais prá elogiar o caminho, claro. Porque a vista…
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Sem comentários…
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O que dizer diante de tanta beleza? Cansados? Nós? Nem um pouco!!!
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Se pela foto você está achando bonito, imagine esta mata ao vivo e em cores. Canto de pássaros, barulho de água… um mosquitinho aqui e outro ali a devorar a gente em doses homeopáticas… Tudo faz parte da natureza. Numa boa.
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Saquei muitas fotos na trilha. A indecisão veio no momento de escolhê-las para postá-las.
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Qual eliminar?
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Fui eliminando…, e postando.
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Postando…
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Até que cheguei a esta foto. Literalmente, a reta final. Devemos estar próximos a Naufragados.
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E estávamos.  O primeiro indício de civilização do extremo Sul da Ilha de Florianópolis é este restaurante que estava fechado.
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Acontece que logo em frente está esta casa de onde saem pastéis saborosíssimos!
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Mais um pedacinho da Ilha de Florianópolis se descortinando para nós.
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Finalmente Naufragados, nosso troféu. Ao fundo, à esquerda, a Ilha do Papagaio; à direita, a Ilha de Araçatuba, onde se encontra a Fortaleza de N. S. da Conceição.
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Ponta do Frade à esquerda.
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Comecei a fazer um regime prá ficar assim.
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Neste trecho Naufragados faz jus à sua fama de mar agitado e perigoso. À esquerda, a Ilha de Araçatuba.
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Da esquerda para a direita: Ilhas do Papagaio e Araçatuba.
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Ponta de Naufragados, onde está o farol.
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O morro onde está a trilha que se atravessa até chegar à praia.

Para se chegar ao farol e aos canhões, basta seguir à direita na bifurcação de onde nos separamos de nosso amigo João.

Segundo informações de minha prima, antes de se alcançar este ponto histórico da ilha, há outra bifurcação. Segundo seu relato, a trilha da esquerda que segue até a praia é estreita, difícil (só fiquei imaginando quanto) e perigosa porque margeia o mar. Seguindo à direita, chega-se ao monumento.

 

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Aos poucos Naufragados foi ficando para trás, deixando em cada um a sensação de que fomos vitoriosos de alguma forma. Isso porque, apesar da idade já avançada (68 e 75), conseguimos vencer nossas dificuldades.

O percurso não foi fácil, mas serviu para nos certificarmos que estamos preparados para vencer obstáculos semelhantes e que ainda há tempo para desfrutarmos de novos e desafiantes caminhos.

 

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Em apenas 15 minutos regressamos ao ponto de partida.
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Enquanto margeávamos a costa, pensei: por que não fazer uma trilha aqui embaixo, paralela ao mar?

 

Havíamos nos prometido fazer essa trilha há muito tempo e finalmente conseguimos.

Valeu cada escorregão, cada mordida de mosquito, o peso da bolsa, os tropeços, as paradas para tomar fôlego – foram incontáveis – os calçados inadequados … enfim, valeu tudo.
Pensando bem… quem sabe não faria tudo novamente?

 

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Jeff & Paty

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